Por André Krupp e
Tássila Maia
Infelizmente, a maioria dos brasileiros
não possui o hábito da leitura. Até mesmo nas universidades, facilmente se
percebe que poucos são aqueles que cultivam esta prática. É de se espantar o
número de catequistas que não leem (ou que nem conhecem) o Catecismo da Igreja,
assim como a quantidade de famílias inseridas em pastorais e na evangelização
com escasso conhecimento da doutrina.
É preciso compreender que, num mundo
extremamente racionalista como o de hoje, não se pode colocar à parte o
conhecimento da fé. Para vencer o desafio de ser sal da terra e luz do mundo
não bastam apenas piedade e boa intenção, se faz também necessário, mais do que
nunca, “dar razão à nossa esperança” (cf. 1 Pd 3, 15). Segundo
afirma Santo Atanásio, não se encontrará um fervoroso servo de Deus que não
seja dado à leitura de livros espirituais.
Quando um casal inicia a construção de
uma família, promete, diante do altar de Deus, educar os filhos na fé da
Igreja. Isso significa transmitir conhecimento e valores a uma criança. Mas
como transmitir aquilo que não se tem? Como educar os filhos na fé se não a
conhecem, ou a conhecem superficialmente? Acaso um servente de pedreiro poderia
dar aula numa universidade de engenharia? Somente a prática, desprovida de
formação, não capacita ninguém para a educação. É preciso conhecer e viver os
ensinamentos de Deus para, então, ser capaz de transmiti-los com êxito.
Sendo assim, torna-se urgentíssimo aos
casais realizarem um rompimento com a cultura brasileira do “não ler”.
Obviamente, existem hoje outros meios válidos para adquirir o conhecimento da
fé, mas nenhum deles é capaz de substituir a leitura. O papa nunca deixará de
escrever documentos para postar vídeos no Youtube (ainda que vídeos do papa no
Youtube fossem o máximo!). Os “meios adicionais de ensinamento” como: blogs,
vlogs, pequenos cursos, filmes, sites, etc... podem ser úteis para esclarecer
dúvidas, introduzir a compreensão de um assunto ou receber informações
atualizadas, mas nunca serão capazes de assumir o papel da leitura, lugar
primordial da formação.
Para os cristãos leigos de hoje, o
conhecimento da doutrina católica (principalmente a respeito do matrimônio,
sexualidade, família e filhos) é como o óleo para a lamparina das virgens no
Evangelho (cf. Mt 25, 1-13): não tê-lo seria falta de prudência.
Ensina Santo Afonso de Ligório: “A leitura de bons livros não foi
proveitosa aos santos unicamente em sua conversão, mas em toda a sua vida, para
se manterem firmes no caminho da perfeição e fazerem cada vez maiores
progressos nele. São Domingos beijava seus livros espirituais e apertava-os
amorosamente ao coração, dizendo: 'Estes livros dão-me o leite que me
sustenta'.”
Concluindo, há de se ter claro que a
leitura é um hábito que requer investimento. Primeiramente, investimento de
tempo, reservando alguns minutos ou horas do dia para sua prática e, também,
investimento financeiro, com a aquisição gradativa de bons livros. Muitos
títulos se encontram disponíveis na internet, e é possível realizar também
círculos de leitura e troca de livros entre famílias.
Quer construir sua casa sobre a Rocha?
Então, já passou da hora de despedir-se da preguiça intelectual!
"Seja perseverante nas orações e
nas santas leituras." (São Padre Pio)
Nenhum comentário:
Postar um comentário