Por André Krupp e Tássila Maia
Após um período de conhecimento e
aprofundamento da amizade, o casal assume um compromisso de maior responsabilidade
que o namoro: o noivado.
Muito além de uma simples mudança de status no Facebook e uma aliança dourada
no dedo, este tempo traz consigo grandes preocupações e implica atitudes
concretas na preparação imediata para o casamento.
Para auxiliar nesta preparação, listamos 10
conselhos aos noivos:
1-
Tenham
claro o sentido do matrimônio
Para que o tempo do noivado seja bem
aproveitado e os seus frutos perdurem para o resto da vida, é importante sempre
ter bem claro o sentido do matrimônio, ou seja, suas finalidades e o projeto de
Deus para as famílias. As decisões deverão sempre ser pautadas neste sentido
essencial do casamento, visando alcançar os objetivos propostos por Deus desde
a Criação. É fundamental ter sempre em mente que o matrimônio é uma vocação, um
chamado especial de Deus à santidade. Por meio deste sacramento, o cotidiano da
vida torna-se sagrado e ações, aparentemente comuns, meios de santificação. Pelo
matrimônio, Deus passa a habitar a relação desta nova família. O casamento é,
portanto, não somente um contrato social entre duas pessoas, mas a estrada que escolheram
para percorrerem o seu caminho para a salvação. Tendo clara esta consciência,
facilmente o casal poderá, com o auxílio do Espírito Santo, viver bem o seu
noivado e o seu casamento.
2-
Não
invertam as prioridades
O dia do casamento é apenas o começo de toda
uma vida que será construída. É preciso celebrar esta data, mas a preparação deste
evento não pode tornar-se mais importante que a preparação da própria vida de
casados. Não é saudável permitir que o dinheiro e o tempo investidos para a
realização do evento atrapalhem o começo da vida conjugal. Construir um
ambiente digno para iniciar a vida a dois e fazer uma boa preparação espiritual
e psicológica para o casamento são as prioridades de um noivado. Todo cuidado é
pouco para não desperdiçar o tempo do noivado somente com preocupações
supérfluas.
3-
Planejem
o futuro
O diálogo aberto e sincero é a melhor forma
de planejar o futuro a dois. O noivado é o tempo de começar a confrontar conceitos,
opiniões, costumes e práticas do dia a dia, chegando, pelo amor, a um consenso que
torne agradável (ou pelo menos possível) o convívio na vida conjugal. Como
lidar com o dinheiro? Os gastos serão divididos? Terão uma poupança? Quantos
quartos precisarão em casa? Existem motivos para adiar os filhos no início do
matrimônio? Escola pública ou particular? Plano de saúde? É necessário uma TV
no quarto? Qual o melhor lugar para o oratório? Como é possível dividir as tarefas
do lar? Pensar e conversar sobre questões práticas da vida previne conflitos e
desconfortos após o casamento.
4-
Tenham
conhecimento de causa
A prática da Igreja recomenda que os noivos
façam um curso de preparação para o casamento, conhecido como “curso de noivos”.
É importante que o casal forme os seus conceitos a respeito da sexualidade,
geração de filhos, vida conjugal, etc, iluminado pela luz da fé. A doutrina da
Igreja acerca desses assuntos é riquíssima e, por certo, incapaz de ser
transmitida apenas em um curso. Portanto, é altamente recomendável que os
noivos busquem, através de livros e documentos, esta formação. (Clique neste link para conhecer alguns documentos
da Igreja sobre o tema).
5-
Aprendam
os métodos naturais
Como católicos, não podemos lançar mão de
métodos artificiais contraceptivos, por serem muitas vezes abortivos e
moralmente desonestos. Por isso, em muitas dioceses existem cursos sobre os
métodos naturais de regulação da natalidade ministrados por profissionais católicos
da área de saúde. A Igreja convida os casais, desde o noivado, a aprenderem esses
métodos, que se baseiam na observação do ciclo de fertilidade da mulher. O conhecimento
dos métodos naturais é importante para colocar em prática a justa generosidade
da paternidade responsável, pois sua utilização possibilita o conhecimento do
período fértil, o que auxilia os casais que desejam ter filhos como também, os
que precisam, por uma justa razão, espaçar os nascimentos.
6-
Cresçam
no Espírito
A oração é importantíssima na vida de
qualquer cristão. Uma família só construirá sua casa sobre a Rocha orando
junto. O noivado é o tempo propício para inserir ou aperfeiçoar a oração na
rotina do casal, construindo a base espiritual do matrimônio. Assim como é
preciso trabalhar e economizar dinheiro para a cerimônia e a compra da casa e
dos móveis, é fundamental dedicar parte do tempo à oração pela futura família. A
oração é um dos aspectos do relacionamento que somente a prática trará
intimidade e crescimento. Sem vida de oração, dificilmente uma família
conseguirá guardar a fé e a integridade.
7-
Tudo
lhes é permitido, mas nem tudo lhes convém
Atividades pré-matrimoniais, como: chá de
panela, chá de garagem, chá de lingerie, despedida de solteiro, etc, são
propostas de diversão muito populares no Brasil. No entanto, é preciso ter
discernimento na hora de escolher quais atividades realizar, assim como a forma
com que serão realizadas. É necessário aos noivos ponderar as suas motivações e
os frutos de cada atividade. A dignidade e o testemunho de fé devem prevalecer
sobre qualquer “cultura”. Portanto, se for necessário abrir mão de certas
atividades para não ofender a Deus, que se faça. Se não, ao menos, buscar meios
de tornar determinada atividade moralmente honesta e saudável.
8-
Saibam
que ainda dá tempo
Noivado não é casamento. E, por mais que já
tenham tomado a decisão de se casarem, ainda é um período de discernimento. Se
por quaisquer motivos um dos dois ou ambos perceberem que o casamento não deve
acontecer, não se casem. Tomar a decisão de adiar ou cancelar o casamento pode
ser difícil, mas é muito melhor que, depois de casados, constatarem que
cometeram um grande erro. Terminar um noivado é doloroso, custoso
financeiramente e até constrangedor, mas nada comparado aos traumas e feridas
que um divórcio provoca na vida familiar.
9-
Comecem
a “deixar pai e mãe”
A dependência e o apego excessivo aos pais
pode prejudicar muito a construção de uma nova vida. É preciso estabelecer
limites de influência dos pais na vida do casal. Conselhos, opiniões e até
mesmo sonhos dos pais podem ser levados em conta, mas é preciso ter bem claro
que as decisões a serem tomadas a respeito da vida matrimonial influenciarão diretamente
no modus operandi da nova família e,
por isso, são de responsabilidade do casal e devem basear-se na sua perspectiva
própria, e não na dos pais.
10- Renovem
as amizades
É bom aproximar-se de casais cristãos que já
tenham a experiência do matrimônio. Esses casais, em simples conversas
cotidianas, ainda que não estejam na intenção de lhes ensinar ou formar,
poderão contribuir muito na reflexão de como construirão, na prática, sua vida a
dois. O verdadeiro testemunho de uma família cristã é um grandioso auxílio na
formação de novas famílias, uma fonte de fortaleza e esperança.
Desejamos aos noivos que este tempo
seja muito frutuoso e traga muitas alegrias!
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