terça-feira, 26 de agosto de 2014

3 coisas que a Igreja nunca disse sobre sexo

 Por André Krupp e Tássila Maia

1ª) Sexo é pecado

Deus criou o sexo e ordenou que, por meio dele, o homem “enchesse a terra”. (cf. Gênesis 1, 28). A união do homem e da mulher na relação sexual, longe de ser um pecado, é, na verdade, uma correspondência ao desígnio amoroso de Deus para o homem, sinal do amor fiel, livre, total e fecundo de Cristo por sua Esposa, a Igreja.
 “Seja bendita a tua fonte! Regozija-te com a mulher de tua juventude, corça de amor, serva encantadora. Que sejas sempre embriagado com seus encantos e que seus amores te embriaguem sem cessar!” (Provérbios 5,18-20)
Após o pecado original, o homem, afetado por suas consequências, começou a se desvirtuar do plano original de Deus para o sexo.
Mas qual é este plano?
Que homem e mulher se doem inteiramente um ao outro no matrimônio. Assim, o sexo se configura como uma profunda expressão do dom total de si:
“A sexualidade humana é, portanto, um Bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser ‘muito bom’ quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e ‘homem e mulher os criou’ (Gên. 1, 27). Enquanto modalidade de se relacionar e se abrir aos outros, a sexualidade tem como fim intrínseco o amor, mais precisamente o amor como doação e acolhimento, como dar e receber. A relação entre um homem e uma mulher é uma relação de amor: ‘A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la verdadeiramente humana’. Quando tal amor se realiza no matrimônio, o dom de si exprime, por intermédio do corpo, a complementaridade e a totalidade do dom; o amor conjugal torna-se, então, força que enriquece e faz crescer as pessoas e, ao mesmo tempo, contribui para alimentar a civilização do amor; quando pelo contrário falta o sentido e o significado do dom na sexualidade, acontece ‘uma civilização das ‘coisas’ e não das ‘pessoas’; uma civilização onde as pessoas se usam como se usam as coisas. No contexto da civilização do desfrutamento, a mulher pode tornar-se para o homem um objeto, os filhos um obstáculo para os pais’.” (Sexualidade Humana: Verdade e Significado, Conselho Pontifício para a Família)
“O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e união” (Catecismo da Igreja Católica, § 2351) e a prática de atos como masturbação, fornicação, pornografia, prostituição, estupro, incesto, contracepção, homossexualismo, orgias, e qualquer outra atitude que denigra a dignidade do ato sexual ou seja puramente realizada em busca de um prazer venéreo torna-se pecado grave.
Em suma: o sexo é um bem, criado por Deus para o bem e sobrevivência do homem. Porém, sua busca desordenada pode levar o homem a perder-se.

2ª) Sexo só serve para a procriação

Deus criou o prazer sexual como característica do ato conjugal. Por isso, não há erro em gozá-lo. “Os atos pelos quais os esposos se unem íntima e castamente são honestos e dignos; realizados de modo autenticamente humano, exprimem e alimentam a mútua entrega pela qual se enriquecem um ao outro com alegria e gratidão. A sexualidade é fonte de alegria e de prazer.” (Catecismo da Igreja Católica, § 2362).
O ato sexual possui duas finalidades inseparáveis: a procriação e a união dos esposos. A comunhão dos corpos e o prazer sexual fortalecem a relação dos cônjuges, que renovam a sua aliança matrimonial através da doação total de si. “Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos próprios esposos e a transmissão da vida. Não podem separar-se estes dois significados ou valores do matrimônio sem alterar a vida espiritual do casal nem comprometer os bens do matrimónio e o futuro da família.” (Catecismo da Igreja Católica, § 2363).

3ª) Após o casamento, vale tudo

“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” (I Cor 6, 12)
Uma triste e grande ilusão que muitos cristãos possuem é que após o casamento poderão “libertar” todos os seus desejos, dos mais comuns aos mais exóticos, reproduzindo o que muitas vezes se dá em prostíbulos ou se vê em material pornográfico.
“Foi o próprio Criador Quem [...] estabeleceu que, nesta função [da geração], os esposos experimentassem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal ao procurar este prazer e gozar dele. Aceitam o que o Criador lhes destinou. No entanto, devem saber manter-se dentro dos limites duma justa moderação.” (Papa Pio XII, 29 de outubro de 1951).
Atos como sexo oral e sexo anal, assim como certas carícias e posições sexuais ofendem gravemente a dignidade do ato conjugal e podem levar os esposos a uma total desordem na sua capacidade de amar e se doar.
O ato sexual é sagrado, é um dom de Deus aos esposos, sinal do amor indissolúvel entre Cristo e a Igreja, e somente a partir deste princípio pode-se viver uma sexualidade ordenada e justamente moderada. Esta moderação implica o domínio de si, a fidelidade e o respeito à dignidade da pessoa. “Como o ato sexual foi querido por Deus, devemos entender que Ele está junto do casal nesta hora de ‘liturgia conjugal’. Por isso o casal deve pedir a Deus a graça da harmonia sexual, a fim de realizar em plenitude o que Ele quis para eles. [...] A presença do Senhor deve dar ao casal nesta hora a confiança contra os temores e medos, paz contra os conflitos interiores, força contra a frigidez, serenidade contra a impotência, delicadeza, compreensão, autodomínio, carinhos adequados, maturidade para se afastarem do sexo obsessivo e indigno.” (Vida Sexual no Casamento, Prof. Felipe Aquino).
“Vós todos considerai o matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros.” (Hebreus 13,4)

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