Por
André Krupp e Tássila Maia
1ª) Sexo
é pecado
Deus criou o sexo e ordenou que, por meio
dele, o homem “enchesse a terra”. (cf. Gênesis 1, 28). A união do homem e da
mulher na relação sexual, longe de ser um pecado, é, na verdade, uma
correspondência ao desígnio amoroso de Deus para o homem, sinal do amor fiel,
livre, total e fecundo de Cristo por sua Esposa, a Igreja.
“Seja bendita a tua fonte! Regozija-te com a
mulher de tua juventude, corça de amor, serva encantadora. Que sejas sempre
embriagado com seus encantos e que seus amores te embriaguem sem cessar!”
(Provérbios 5,18-20)
Após o pecado original, o homem, afetado por
suas consequências, começou a se desvirtuar do plano original de Deus para o
sexo.
Mas qual é este plano?
Que homem e mulher se doem inteiramente um ao
outro no matrimônio. Assim, o sexo se configura como uma profunda expressão do
dom total de si:
“A
sexualidade humana é, portanto, um Bem: parte daquele dom criado que Deus viu
ser ‘muito bom’ quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e ‘homem
e mulher os criou’ (Gên. 1, 27). Enquanto modalidade de se relacionar e se
abrir aos outros, a sexualidade tem como fim intrínseco o amor, mais
precisamente o amor como doação e acolhimento, como dar e receber. A relação
entre um homem e uma mulher é uma relação de amor: ‘A sexualidade deve ser
orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la
verdadeiramente humana’. Quando tal amor se realiza no matrimônio, o dom de si
exprime, por intermédio do corpo, a complementaridade e a totalidade do dom; o
amor conjugal torna-se, então, força que enriquece e faz crescer as pessoas e,
ao mesmo tempo, contribui para alimentar a civilização do amor; quando pelo
contrário falta o sentido e o significado do dom na sexualidade, acontece ‘uma
civilização das ‘coisas’ e não das ‘pessoas’; uma civilização onde as pessoas
se usam como se usam as coisas. No contexto da civilização do desfrutamento, a
mulher pode tornar-se para o homem um objeto, os filhos um obstáculo para os
pais’.” (Sexualidade Humana: Verdade e Significado, Conselho Pontifício para a
Família)
“O
prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado
das finalidades de procriação e união” (Catecismo da Igreja Católica, § 2351) e a prática de atos
como masturbação, fornicação, pornografia, prostituição, estupro, incesto,
contracepção, homossexualismo, orgias, e qualquer outra atitude que denigra a
dignidade do ato sexual ou seja puramente realizada em busca de um prazer
venéreo torna-se pecado grave.
Em suma: o sexo é um bem, criado por Deus para
o bem e sobrevivência do homem. Porém, sua busca desordenada pode levar o homem
a perder-se.
2ª) Sexo
só serve para a procriação
Deus criou o prazer sexual como
característica do ato conjugal. Por isso, não há erro em gozá-lo. “Os atos pelos quais os esposos se unem
íntima e castamente são honestos e dignos; realizados de modo autenticamente
humano, exprimem e alimentam a mútua entrega pela qual se enriquecem um ao
outro com alegria e gratidão. A sexualidade é fonte de alegria e de prazer.”
(Catecismo da Igreja Católica, § 2362).
O ato sexual possui duas finalidades
inseparáveis: a procriação e a união dos esposos. A comunhão dos corpos e o
prazer sexual fortalecem a relação dos cônjuges, que renovam a sua aliança
matrimonial através da doação total de si. “Pela
união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos próprios
esposos e a transmissão da vida. Não podem separar-se estes dois significados
ou valores do matrimônio sem alterar a vida espiritual do casal nem comprometer
os bens do matrimónio e o futuro da família.” (Catecismo da Igreja Católica, §
2363).
3ª) Após
o casamento, vale tudo
“Tudo
me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei
dominar por coisa alguma.” (I Cor 6, 12)
Uma triste e grande ilusão que muitos
cristãos possuem é que após o casamento poderão “libertar” todos os seus
desejos, dos mais comuns aos mais exóticos, reproduzindo o que muitas vezes se
dá em prostíbulos ou se vê em material pornográfico.
“Foi o
próprio Criador Quem [...] estabeleceu que, nesta função [da geração], os
esposos experimentassem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto,
os esposos não fazem nada de mal ao procurar este prazer e gozar dele. Aceitam
o que o Criador lhes destinou. No entanto, devem saber manter-se dentro dos
limites duma justa moderação.” (Papa Pio XII, 29 de outubro de 1951).
Atos como sexo oral e sexo anal, assim como
certas carícias e posições sexuais ofendem gravemente a dignidade do ato
conjugal e podem levar os esposos a uma total desordem na sua capacidade de
amar e se doar.
O ato sexual é sagrado, é um dom de Deus aos
esposos, sinal do amor indissolúvel entre Cristo e a Igreja, e somente a partir
deste princípio pode-se viver uma sexualidade ordenada e justamente moderada.
Esta moderação implica o domínio de si, a fidelidade e o respeito à dignidade
da pessoa. “Como o ato sexual foi querido
por Deus, devemos entender que Ele está junto do casal nesta hora de ‘liturgia
conjugal’. Por isso o casal deve pedir a Deus a graça da harmonia sexual, a fim
de realizar em plenitude o que Ele quis para eles. [...] A presença do Senhor
deve dar ao casal nesta hora a confiança contra os temores e medos, paz contra
os conflitos interiores, força contra a frigidez, serenidade contra a
impotência, delicadeza, compreensão, autodomínio, carinhos adequados,
maturidade para se afastarem do sexo obsessivo e indigno.” (Vida Sexual no
Casamento, Prof. Felipe Aquino).
“Vós
todos considerai o matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal
imaculado, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros.” (Hebreus 13,4)
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