domingo, 23 de novembro de 2014

Nosso Encontro de Aprofundamento sobre Sexualidade!



       Com a graça de Deus, realizamos no último dia 20 (quinta-feira), nosso Encontro de Aprofundamento, com o tema: “A Sexualidade Humana no Projeto de Deus”. O encontro foi realizado na Comunidade Bom Jesus – Retiro, em Volta Redonda, e contou com a participação de cerca de 30 pessoas.


    Nos ensinamentos foram trabalhados os temas: Teologia do Corpo, o dom de si, liturgia dos corpos e paternidade responsável.

        Gostaríamos de agradecer ao Pe. Ronaldo Costa e à Comunidade Bom Jesus, que nos acolheram neste trabalho. Agradecemos também a todos os amigos que nos ajudaram a divulgar e realizar esse encontro.

Em breve, divulgaremos a agenda dos encontros de aprofundamento em 2015.


Um grande abraço a todos!


André Krupp e Tássila Maia



sábado, 25 de outubro de 2014

Não tenham medo!

Por André Krupp e Tássila Maia

Afirmava Chesterton: "O ideal cristão não foi considerado deficiente após testado. Ele foi considerado difícil e deixado de lado”. A abertura à vida, exigência do amor conjugal, parece ser um desses “ideais cristãos” deixados de lado. Quando o Papa Paulo VI, corajosamente, reafirmou na encíclica Humanae Vitae a posição da Igreja contra os anticoncepcionais foi rechaçado por grande número de fiéis e de clérigos, que consideravam tal postura “antiquada” e “retrógrada”. No entanto, a Igreja, sabiamente, nunca voltou atrás e, mesmo não agradando aos homens, não voltará, pois sabe que os contraceptivos ferem gravemente a dignidade do ato conjugal e, logo, prejudicam o matrimônio. A encíclica de Paulo VI, assim, recomendava, nos casos em que haja necessidade por motivos sérios, espaçar os nascimentos utilizando-se dos métodos naturais de controle da procriação.
Nesse contexto, surgiu nas últimas décadas um grande conflito interno na Igreja: enquanto a doutrina aponta para um caminho, a prática dos casais se faz completamente diferente. Arturo e Hermelinda, casal brasileiro com 20 anos de experiência em trabalhos com casais, em seu depoimento aos bispos e ao Papa no recente Sínodo da Família, testemunharam: “[...] temos que admitir sem medo que muitos casais católicos, mesmo os que procuram viver seriamente o seu matrimônio, não se sentem obrigados a usar apenas os métodos naturais. Nas Equipes de Nossa Senhora não é diferente. Devemos acrescentar ainda que geralmente não são questionados pelos confessores. Por um lado, os casais estão abertos à vida e rejeitam o aborto, isto é fato. Por outro, não percebemos nas pregações e atendimentos espirituais a insistência na doutrina da Humanae Vitae.
O mundo moderno rejeitou os ensinamentos da Humanae Vitae não por um fracasso prático ou uma discordância teológica, mas simplesmente porque se encontra imerso numa cultura fraca e egoísta. A revolução sexual, na tentativa frustrante de desvincular o amor da responsabilidade, acabou criando uma caricatura de amor, uma experiência de relação muito mais ligada à sensibilidade que ao compromisso (não só desvinculada do compromisso com o cônjuge, mas com Deus, com a Igreja, com a sociedade e com os filhos).
Influenciadas por esta revolução, observa-se hoje que, de um modo geral, as pessoas querem amar, querem doar-se, mas numa doação “segura”, cheia de reservas, de precauções. Querem ter o controle de todas as situações, se beneficiarem dos direitos do matrimônio sem cumprir os seus deveres, obter o máximo de prazer e o mínimo de sacrifício. As pessoas decidem se querem ou não ter filhos com a arbitrariedade de quem compra um carro. Não é este o desejo de Deus para o santo matrimônio!
O desejo de Deus é que o homem confie na sabedoria da Criação, que confie na sua Providência, que rege e governa o universo. O desejo de Deus é que as famílias tenham menos preocupações e um pouco mais de confiança, abrindo-se ao amor que gera vida. É preciso construir a casa sobre a Rocha e não sobre a areia das “seguranças mundanas”. O desejo de Deus é que os casais deixem de utilizar-se dos métodos anticoncepcionais e se abram a uma nova experiência. A experiência do amor total, livre, fiel e fecundo. Assim, o uso dos métodos naturais, motivado pela fé e obediência às leis divinas, é um grande ato de amor a Deus e um belíssimo testemunho.
A Providência de Deus permitiu ao homem tal sabedoria a ponto de conhecer com precisão os dias férteis da mulher e desenvolver métodos de controle da natalidade que, ao contrário dos contraceptivos, não anulam a fecundidade do ato conjugal. Permitiu que um dos ideais do matrimônio (abertura à vida) não fosse descartado devido a uma necessidade temporal (espaçamento dos nascimentos).
Quem vive a experiência dos métodos naturais na prática, afirma com alegria que eles favorecem o diálogo entre o casal e ajudam-no a educar a vontade, amando-se com amor cada vez mais humano. A misericórdia de Deus Pai não abandona seus filhos em suas necessidades! Abrir mão deste amparo não faz nenhum sentido.
Os cristãos são convidados, hoje, a serem sal da terra e luz do mundo, comportando-se de forma diferente da apregoada por este mundo neopagão, enxergando os filhos como bênção e a lei de Deus como jugo suave.
Eis o convite da Igreja aos casais que hoje ainda se utilizam de contraceptivos: conheçam os métodos naturais, tirem suas dúvidas, abram-se a essa experiência.
“Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito.” (Romanos 12, 2)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O que é castidade conjugal?

Por André Krupp e Tássila Maia

Diz o Catecismo a Igreja Católica (§2349): “Existem três formas da virtude da castidade: a primeira, dos esposos; a segunda, da viuvez; a terceira, da virgindade. Nós não louvamos uma delas excluindo as outras. Nisso a disciplina da Igreja é rica.” E ainda: “As pessoas casadas são convidadas a viver a castidade conjugal; os outros praticam a castidade na continência”. Mas o que a Igreja quer dizer quando emprega o termo “castidade conjugal”?
A palavra castidade designa uma virtude ou um exercício no qual os desejos são submetidos à vontade. Quando a razão tem, na pessoa, um maior “poder de persuasão” que as paixões. Inclui o conhecimento e o domínio de si próprio.
O termo “castidade conjugal”, então, significa a vivência de uma sexualidade ordenada no casamento segundo a razão e não subjugada aos impulsos da sensualidade. Obviamente, razão esta iluminada pela fé no que diz respeito à moral.
Na prática, a castidade no matrimônio implica, basicamente, três fatores: a fidelidade, a justa moderação e a abertura à vida.

A fidelidade

Um casamento só é vivido castamente quando há fidelidade.
Pela sua própria natureza, o amor conjugal exige dos esposos uma fidelidade inviolável. Esta é uma consequência da doação de si mesmos que os esposos fazem um ao outro. O amor quer ser definitivo. Não pode ser ‘até nova ordem’. Esta união íntima, enquanto doação recíproca de duas pessoas, tal como o bem dos filhos, exigem a inteira fidelidade dos cônjuges e reclamam a sua união indissolúvel.” (Catecismo da Igreja Católica, § 1646)
O sexo é um ato próprio do matrimônio. Sendo o matrimônio uma união indissolúvel, o sexo fora do casamento fere a castidade conjugal, pois fere diretamente a aliança estabelecida entre os esposos, sinal da aliança de Deus com o homem.
A fidelidade nada mais é que uma atribuição do amor. O verdadeiro amor é sempre fiel. Escreve o Pe. Javier Abad Gómez, em seu livro “Fidelidade”: “A ninguém que saiba amar é necessário ensinar fidelidade.”
A exigência da fidelidade por toda a vida – “até que a morte os separe” – conduz os esposos a vivenciarem o mesmo amor com o qual Cristo amou a sua Igreja, um amor que permanece fiel até as últimas consequências. A fidelidade exprime a constância em manter a palavra dada. Deus é fiel. O sacramento do matrimônio introduz o homem e a mulher na fidelidade de Cristo à sua Igreja. Pela castidade conjugal, eles dão testemunho deste mistério perante o mundo.” (Catecismo da Igreja Católica, § 2365)

A justa moderação

O prazer sexual deve ser encarado como uma consequência da doação total de si ao outro, e não como um fim em si mesmo. Sendo assim, para viver a castidade conjugal, faz-se necessário ter em vista uma justa moderação na busca pelo prazer, afim de não tornar-se escravo do mesmo nem fazer do cônjuge um mero objeto.
“Foi o próprio Criador Quem [...] estabeleceu que, nesta função [da geração da prole], os esposos experimentassem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal ao procurar este prazer e gozar dele. Aceitam o que o Criador lhes destinou. No entanto, devem saber manter-se dentro dos limites duma justa moderação.” (Papa Pio XII, 29 de Outubro de 1951)
Quando se reduz o ato sexual à pura sensibilidade e o prazer torna-se o seu fim, o casal inicia uma verdadeira “odisseia sexual”, uma jornada interminável na busca de estímulos cada vez maiores. Seguindo por este caminho, acabarão por escravizar-se, e o sexo já não será sinal da doação total entre si por amor. Nas Sagradas Escrituras, o Arcanjo Rafael instrui Tobias a esse respeito: “O anjo respondeu-lhe: Ouve-me, e eu te mostrarei sobre quem o demônio tem poder: são os que se casam, banindo Deus de seu coração e de seu pensamento, e se entregam à sua paixão como o cavalo e o burro, que não têm entendimento: sobre estes o demônio tem poder.” (Tobias 6, 16s)
É preciso estar atento quanto às motivações para a relação sexual e não deixar-se levar apenas pelos desejos da carne. Não se pode fechar a vida sexual à graça santificadora do Espírito Santo. A castidade conjugal é “vida no Espírito”. Quando um casal ora por sua vida sexual, não alcança somente graças, mas permite que o próprio Espírito de Deus os conduza um ao outro no amor e para o amor.

A abertura à vida

A contracepção exime o ato sexual de qualquer responsabilidade. É uma doação com reservas, o que acaba por também reduzir o sexo à pura sensibilidade, ferindo gravemente sua dignidade. Não se pode doar-se inteiramente ao usar contraceptivos. Não se pode experimentar profundamente a união das pessoas quando existe na relação tão grande reserva.
“Com efeito, a contracepção não é apenas uma ação sem sentido; é uma ação que contradiz o sentido essencial do verdadeiro relacionamento conjugal, pois este deveria expressar uma autodoação incondicionada e total. Ao invés de se aceitarem mútua e totalmente, os cônjuges que utilizam anticoncepcionais rejeitam uma parte do outro, uma vez que a fecundidade é parte de cada um deles. Rejeitam uma parte do seu amor mútuo: o poder de dar fruto.” (Cormac Burke, Amor e Casamento)
A contracepção é fruto de uma cultura de morte. Os mesmos propagadores da contracepção são os que defendem o aborto e, em alguns casos, o infanticídio. Os católicos, por outro lado, defendem a vida não só com palavras, mas com o seu testemunho, inclusive no que diz respeito à própria fecundidade. Desse modo, caso haja a necessidade de espaçar os nascimentos, pode-se, por amor à vida e respeito ao Criador, lançar mão de métodos naturais, abstendo-se das relações sexuais durante os períodos férteis. Sem a abertura à vida, não se pode falar em castidade no matrimônio.

Viver a castidade conjugal não significa simplesmente seguir um conjunto de normas, mas sim viver a sexualidade segundo o projeto amoroso de Deus: um amor de fidelidade, de entrega total, livre de toda a escravidão. Um amor que dá vida. 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Santas leituras, socorrei-nos!

Por André Krupp e Tássila Maia

Infelizmente, a maioria dos brasileiros não possui o hábito da leitura. Até mesmo nas universidades, facilmente se percebe que poucos são aqueles que cultivam esta prática. É de se espantar o número de catequistas que não leem (ou que nem conhecem) o Catecismo da Igreja, assim como a quantidade de famílias inseridas em pastorais e na evangelização com escasso conhecimento da doutrina.
É preciso compreender que, num mundo extremamente racionalista como o de hoje, não se pode colocar à parte o conhecimento da fé. Para vencer o desafio de ser sal da terra e luz do mundo não bastam apenas piedade e boa intenção, se faz também necessário, mais do que nunca, “dar razão à nossa esperança” (cf. 1 Pd 3, 15). Segundo afirma Santo Atanásio, não se encontrará um fervoroso servo de Deus que não seja dado à leitura de livros espirituais.
Quando um casal inicia a construção de uma família, promete, diante do altar de Deus, educar os filhos na fé da Igreja. Isso significa transmitir conhecimento e valores a uma criança. Mas como transmitir aquilo que não se tem? Como educar os filhos na fé se não a conhecem, ou a conhecem superficialmente? Acaso um servente de pedreiro poderia dar aula numa universidade de engenharia? Somente a prática, desprovida de formação, não capacita ninguém para a educação. É preciso conhecer e viver os ensinamentos de Deus para, então, ser capaz de transmiti-los com êxito.
Sendo assim, torna-se urgentíssimo aos casais realizarem um rompimento com a cultura brasileira do “não ler”. Obviamente, existem hoje outros meios válidos para adquirir o conhecimento da fé, mas nenhum deles é capaz de substituir a leitura. O papa nunca deixará de escrever documentos para postar vídeos no Youtube (ainda que vídeos do papa no Youtube fossem o máximo!). Os “meios adicionais de ensinamento” como: blogs, vlogs, pequenos cursos, filmes, sites, etc... podem ser úteis para esclarecer dúvidas, introduzir a compreensão de um assunto ou receber informações atualizadas, mas nunca serão capazes de assumir o papel da leitura, lugar primordial da formação.
Para os cristãos leigos de hoje, o conhecimento da doutrina católica (principalmente a respeito do matrimônio, sexualidade, família e filhos) é como o óleo para a lamparina das virgens no Evangelho (cf. Mt 25, 1-13): não tê-lo seria falta de prudência. Ensina Santo Afonso de Ligório: “A leitura de bons livros não foi proveitosa aos santos unicamente em sua conversão, mas em toda a sua vida, para se manterem firmes no caminho da perfeição e fazerem cada vez maiores progressos nele. São Domingos beijava seus livros espirituais e apertava-os amorosamente ao coração, dizendo: 'Estes livros dão-me o leite que me sustenta'.”
Concluindo, há de se ter claro que a leitura é um hábito que requer investimento. Primeiramente, investimento de tempo, reservando alguns minutos ou horas do dia para sua prática e, também, investimento financeiro, com a aquisição gradativa de bons livros. Muitos títulos se encontram disponíveis na internet, e é possível realizar também círculos de leitura e troca de livros entre famílias.

Quer construir sua casa sobre a Rocha? Então, já passou da hora de despedir-se da preguiça intelectual! 
"Seja perseverante nas orações e nas santas leituras." (São Padre Pio)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Meu filho vai ter nome de santo!

Por André Krupp e Tássila Maia

Já na adolescência, é comum às mulheres gastarem horas pensando em quais nomes darão para seus futuros filhos (afinal, os chamarão por estes nomes pelo resto da vida!). Diversos pontos são ponderados: os nomes que mais gostam, algum familiar ou artista que querem homenagear, os nomes da moda ou que surgem como tendência, etc... É importante dar bastante atenção ao nome que se colocará num filho. Mas, para nós, católicos, a escolha de um nome deve ir além de uma ponderação de gostos, levando-se em conta, principalmente, o significado cristão daquele nome.
Diz o Catecismo da Igreja (§2158): “Deus chama a cada um por seu nome. O nome de todo homem é sagrado. O nome é o ícone da pessoa. Exige respeito, em sinal da dignidade de quem o leva”. Somos batizados em nome de Deus. Em nome de Jesus é que nossos pecados são perdoados e diante de Seu nome todo joelho se dobra nos céus, na terra e nos infernos (cf. Fl 2,10). Vemos, assim, que o nome não é um elemento supérfluo, mas constitutivo da pessoa.
Quando um casal cristão escolhe um nome para seu filho, o dá no Batismo, que o insere no seio da Igreja. “No Batismo, o nome do Senhor santifica o homem, e o cristão recebe o seu próprio nome na Igreja. Este pode ser o de um santo, isto é, de um discípulo que viveu uma vida de fidelidade exemplar a seu Senhor. O ‘nome de Batismo’ pode também exprimir um mistério cristão ou uma virtude cristã. Cuidem os pais, os padrinhos e o pároco para que não se imponham nomes alheios ao senso cristão” (Catecismo da Igreja Católica, §2156).
Uma tradição muito forte que vem perdendo espaço nos últimos tempos é a celebração do onomástico (santo com o mesmo nome da pessoa). Ao escolher um nome de santo para o filho, os pais escolhem também um padroeiro, um intercessor no céu que acompanhará por toda a vida aquela pessoa com amor, suplicando a Deus por ela. Em alguns países, o dia do onomástico é mais comemorado que o dia do próprio aniversário, com direito a festa, presentes e muitos “parabéns”.
Os beatos Zélia Guérin e Luis Martin, pais de Santa Teresinha, por exemplo, inseriram “Maria” no nome de todos os filhos, como sinal de agradecimento à Virgem Santíssima.
Aos futuros pais, fica a preciosa dica: resgatem esta tradição! Deem nomes santos aos vossos filhos e celebrem, junto com eles, seus onomásticos. Isso com certeza os ajudarão na caminhada rumo à pátria celeste.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Sexo antes do casamento: por que não?

Por André Krupp e Tássila Maia

Uma das perguntas mais frequentes entre a juventude católica é a seguinte: 

“Por que não posso fazer sexo com minha namorada (ou meu namorado) se nos amamos?”

Isso não seria um problema se, na grande maioria das vezes, os jovens não ficassem sem uma resposta, ou apenas com o clássico “Porque não!”. Todo mundo sabe que “porque não” não é resposta!
Para ajudar na compreensão da sexualidade a partir do plano de Deus, apresentamos aqui algumas respostas para a questão:

Porque o amor supõe compromisso

Dentro de um contexto cristão, não se pode aceitar o sexo desvinculado do amor. Mas também não se pode compreender o amor como apenas um sentimento, um “querer bem” ou um desejo de estar junto. O amor é provado na paciência e na renúncia. O amor é uma opção radical, é uma decisão, um compromisso. Homem e mulher, por si só, não são capazes de viver esse compromisso de forma plena, necessitam de uma ação sobrenatural de Deus para conseguirem fazer com que o seu compromisso permaneça, cresça e dê frutos. E é no matrimônio que Deus, mediante o livre consentimento dos noivos, concede esta graça.
O sexo não é somente uma comunhão de corpos ou uma expressão de sentimentos, mas sim uma doação total de si a outra pessoa. Não se dá inteiramente a alguém quem ainda não tem um real compromisso, um compromisso ratificado, solenemente declarado, selado por Deus e testemunhado pelos homens. Assim, o sexo desvinculado do compromisso matrimonial não expressa, mas antes, trai o amor.

Porque Deus criou o sexo para o matrimônio

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gênesis 2, 24) Quando Deus cria homem e mulher, os criam aptos ao sexo, mas expressa claramente seu desejo de que, antes que se tornem “uma só carne”, “deixem pai e mãe”. Segundo o plano amoroso de Deus, antes de ter relações sexuais, homem e mulher devem assumir perante Ele, a família e a sociedade o vínculo matrimonial.

Porque o sexo é a renovação da aliança conjugal

O amor entre homem e mulher é imagem viva do amor de Deus. Esse amor de Deus Criador e Redentor sempre se manifestou através de alianças estabelecidas com os homens. Essas alianças foram celebradas e renovadas com festas e atos próprios de cada época da história.
Na plenitude dos tempos, Cristo estabeleceu a nova e eterna aliança entre Deus e os homens com seu sacrifício na cruz. Uma aliança esponsal, em que Jesus é o Esposo e a Igreja sua Esposa. O sacrifício incruento da Santa Missa é a renovação (atualização) desta aliança. O matrimônio entre homem e mulher é uma prefiguração e uma participação do matrimônio entre Cristo e a Igreja.
A relação sexual dentro do casamento é, tal como na Eucaristia, comunhão de corpo e alma entre os esposos, sendo ela também renovação da aliança. Sendo assim, fazer sexo antes do casamento seria tentar renovar uma aliança que ainda nem existe.

Porque sem castidade não há autodomínio

“Ninguém pode dar aquilo que não possui: se a pessoa não é senhora de si – por meio da virtude e, concretamente, da castidade – falta-lhe aquele autodomínio que a torna capaz de se dar. [...] A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz, ou se deixa comandar por elas e torna-se infeliz.” (Sexualidade Humana: Verdade e Significado, 16 e 18) Como já foi dito, o sexo não é somente uma comunhão de corpos, mas uma doação total de si ao outro. Antes de dar-se ao outro, porém, é preciso “ter-se”, dominar a si mesmo, subordinar seus desejos, emoções e instintos à vontade, à razão. Somente a partir deste autodomínio será possível doar-se livre e inteiramente ao outro.
Como afirma o documento acima citado: “A castidade é a afirmação cheia de alegria de quem sabe viver o dom de si, livre de toda a escravidão egoísta”. A castidade capacita o homem a conhecer e direcionar corretamente seus impulsos sexuais, e aquele que não aprende com a continência a controlá-los não estará apto a dominá-los no seu matrimônio. O casal que não vive a castidade no namoro estará muito mais propenso a viver uma sexualidade desregrada no matrimônio, reduzindo o ato sexual a pura satisfação da sensibilidade, o que enfraquece o amor e a fidelidade e pode destruir um casamento.

Porque o sexo prejudica o namoro

“A experiência também demonstra que as relações sexuais antes do matrimônio dificultam mais do que facilitam a escolha do parceiro certo para a vida. Pertence à preparação para um bom matrimônio que formeis e consolideis o vosso caráter. Deveis também cultivar as formas de amor e de afeto apropriadas à provisoriedade das vossas relações de amizade. A espera e a renúncia facilitar-vos-ão mais tarde o respeito afetuoso pelo parceiro.” (João Paulo II aos jovens em Vaduz, 1985 - Youcat) O namoro só tem sentido para um cristão quando visa à escolha e à preparação afetiva para o casamento. O sexo traz para o casal um fortíssimo vínculo psicológico e emocional. Por isso, para bem viver esses dois aspectos do namoro, faz-se necessário afastar-se da união sexual, pois, se por um lado ela atrapalha na escolha do futuro cônjuge, por outro, coloca em segundo plano todo o potencial de amizade a ser construído pelo casal, tornando sua relação superficial. Um namoro sem a castidade perde o seu sentido, pois deixa de ser uma preparação para o casamento e torna-se um “programa de experiência pré-matrimonial”, onde se utiliza dos direitos do matrimônio sem assumir os seus deveres.
“A comunhão física e sexual é alguma coisa de grande e de belo. Mas ela só é digna do homem se integrada numa união pessoal, reconhecida pela comunidade civil e eclesiástica. A plena comunhão sexual entre o homem e a mulher só tem, por isso, o seu lugar legítimo no âmbito do exclusivo e definitivo vínculo pessoal de fidelidade no matrimónio. A indissolubilidade da fidelidade conjugal, que hoje para muitos deixou de ser compreensível, é igualmente expressão da incondicionada dignidade do homem. Não se pode viver só para prova, não se pode morrer só para prova. Não se pode amar só para prova, aceitar um homem só para prova e por algum tempo.” (João Paulo II, 15/11/1980)

Porque sexo antes do casamento é pecado de matéria grave

O sexo é algo sagrado que o Criador dotou de sentido e dignidade. Se não é tratado com o respeito e o zelo devidos, comete-se um ato de profanação a atenta-se gravemente contra Deus.
Se um casal de namorados, consciente e livremente, opta por não viver a castidade, permanece em estado de pecado mortal, pois peca contra o sexto mandamento. “O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que a nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso.” (Catecismo da Igreja Católica § 1861)

Será que vale a pena colocar em risco a salvação eterna por conta de um prazer? Quem realmente ama preocupa-se, primeiramente, com a salvação, e não com a satisfação do outro. 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Noite de Núpcias: Keep Calm and...

Por André Krupp e Tássila Maia

Infelizmente, apenas uma pequena parcela da população vive, de fato, a castidade durante o namoro. Mas, para estes casais privilegiados, a noite de núpcias torna-se um dos momentos mais esperados do casamento.
A noite de núpcias consuma o consentimento selado diante do altar. Os esposos tornam-se, verdadeiramente, “in carne una” – uma só carne, e que alegria para o casal poder ter a sua primeira relação nestas condições!
No entanto, a expectativa pelo início da vida sexual é cercada de incertezas e estereótipos, e a ansiedade e falta de conhecimento podem gerar uma série de frustrações.
Tentaremos aqui iluminar alguns pontos sobre este assunto.
Como primeiro ponto, gostaríamos de advertir para os perigos do uso de contraceptivos. E quando utilizamos a palavra “perigo”, não estamos nos referindo aos malefícios biológicos ou aos seus efeitos colaterais, mas sim aos males espirituais e às terríveis consequências decorrentes da tentativa de separar a realidade unitiva e procriativa do ato conjugal. Em outro texto poderemos aprofundar melhor o tema, mas cabe aqui dizer que as duas realidades do sexo são inseparáveis. Não se pode anular uma sem prejudicar a outra. Utilizar contraceptivos significa reduzir a graça unitiva derramada sobre a vida dos cônjuges. O assunto é tão grave que o Código do Direito Canônico declara como não consumado o matrimônio de um casal que ainda não teve uma relação sexual livre do efeito de contraceptivos (cf. CDC, cân. 1061, §1). Em outras palavras, a contracepção impossibilita a consumação do matrimônio. Por este motivo, desde o início da vida sexual é preciso afastar-se deste mal.
Passado este ponto, podemos nos remeter agora à noite de núpcias. Muitos afirmam que a consumação deve ser feita, necessariamente, no dia do casamento. Outros defendem que se deva esperar três dias em oração, a exemplo de Sara e Tobias (cf. Tb 8, 4). A verdade é que o casal é totalmente livre a esse respeito. O importante é que os esposos estejam bem preparados psicologicamente e também fisicamente dispostos. Não é preciso, neste caso, analisar a questão antecipadamente, planejando minuciosamente a primeira noite, mas sim deixar que tudo ocorra naturalmente, permitindo que desde a primeira relação seja o Espírito a os conduzir um ao outro. Pode ser que aconteça na primeira noite, na segunda ou mesmo depois de um retiro de cinco dias... Repetimos: o que importa é se sentirem prontos para se doarem inteiramente um ao outro e não forçados pela “obrigação” da consumação.
A virgindade é outro ponto que merece comentários.  Quando um deles ou ambos são virgens, o início da vida sexual pode exigir uma dose extra de delicadeza. A precipitação ansiosa do homem e o nervosismo da mulher podem tornar as primeiras relações muito dolorosas e pouco agradáveis. É natural que a mulher, nas primeiras relações sexuais, sinta dores. Estas dores estão intrinsecamente ligadas ao grau de relaxamento no qual ela se encontra no momento do ato. Encarando o fato de que seria uma utopia pensar que a mulher estaria totalmente livre de tensões em sua primeira relação, faz-se então muito importante a atuação do homem neste processo. Ele deve se esforçar para que as primeiras experiências sejam agradáveis para os dois, e não somente para si. É preciso ter paciência. Ir com calma, não forçar demais. Não agir com “agressividade”, mas sim com carinho e respeito.
Tudo isso pode ser conversado previamente. A mulher pode partilhar com seu noivo as suas inseguranças. Um diálogo aberto, sem tabus ou vergonha, pode ajudar não só no começo, mas em toda a vida sexual do casal.
Como um último ponto, gostaríamos de tratar sobre o prazer. O prazer sexual não pode ser encarado com um fim em si mesmo, mas sim como uma consequência de um ato de doação mútua. Dentro de uma cultura hedonista, busca-se de todas as formas supervalorizar os prazeres físicos, multiplicando-os e potencializando-os, pois, para esta, o prazer é um verdadeiro “deus” e o único fim do homem. Para alcançar a satisfação sexual, não podemos encarar o prazer desta forma. Não podemos idolatrá-lo a ponto de submeter a verdade e a fé, cultuando este falso deus através de atos imorais. Utilizar-se de fetiches pornográficos para promover um maior estímulo e saciedade sexual pode até proporcionar um aumento do prazer venéreo, mas fere gravemente o amor, diminui o respeito, envenena a alma e vicia o pensamento. Quando o prazer se torna o motor da relação, nada que se utilize poderá ser capaz de saciar o homem na sua integridade de pessoa, sempre haverá um vazio e uma busca cada vez maior por estímulo e saciedade.
Se o prazer sexual não é um fim, preocupar-se em demasia com ele, em prol da felicidade, seria um engano. É preciso buscar intimidade. Permitir que o tempo, gradativa e naturalmente, torne a relação cada vez mais prazerosa, expressão não somente da sensibilidade do corpo, mas da comunhão das almas. O prazer não provém apenas da carne, mas também da alegria do Espírito que habita o amor.
Como dissera Santo Agostinho: “Ame e faça o que quiseres”. Só o amor nos torna livres para amar com perfeição: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Cor 13,4-7)
Por fim, inclusive para o sexo, vale a regra de ouro: confiança em Deus! Quando um casal confia ao Senhor suas inseguranças, medos, dificuldades e anseios, jamais se decepciona. A felicidade é certa e a alegria completa.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

3 coisas que a Igreja nunca disse sobre sexo

 Por André Krupp e Tássila Maia

1ª) Sexo é pecado

Deus criou o sexo e ordenou que, por meio dele, o homem “enchesse a terra”. (cf. Gênesis 1, 28). A união do homem e da mulher na relação sexual, longe de ser um pecado, é, na verdade, uma correspondência ao desígnio amoroso de Deus para o homem, sinal do amor fiel, livre, total e fecundo de Cristo por sua Esposa, a Igreja.
 “Seja bendita a tua fonte! Regozija-te com a mulher de tua juventude, corça de amor, serva encantadora. Que sejas sempre embriagado com seus encantos e que seus amores te embriaguem sem cessar!” (Provérbios 5,18-20)
Após o pecado original, o homem, afetado por suas consequências, começou a se desvirtuar do plano original de Deus para o sexo.
Mas qual é este plano?
Que homem e mulher se doem inteiramente um ao outro no matrimônio. Assim, o sexo se configura como uma profunda expressão do dom total de si:
“A sexualidade humana é, portanto, um Bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser ‘muito bom’ quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e ‘homem e mulher os criou’ (Gên. 1, 27). Enquanto modalidade de se relacionar e se abrir aos outros, a sexualidade tem como fim intrínseco o amor, mais precisamente o amor como doação e acolhimento, como dar e receber. A relação entre um homem e uma mulher é uma relação de amor: ‘A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la verdadeiramente humana’. Quando tal amor se realiza no matrimônio, o dom de si exprime, por intermédio do corpo, a complementaridade e a totalidade do dom; o amor conjugal torna-se, então, força que enriquece e faz crescer as pessoas e, ao mesmo tempo, contribui para alimentar a civilização do amor; quando pelo contrário falta o sentido e o significado do dom na sexualidade, acontece ‘uma civilização das ‘coisas’ e não das ‘pessoas’; uma civilização onde as pessoas se usam como se usam as coisas. No contexto da civilização do desfrutamento, a mulher pode tornar-se para o homem um objeto, os filhos um obstáculo para os pais’.” (Sexualidade Humana: Verdade e Significado, Conselho Pontifício para a Família)
“O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e união” (Catecismo da Igreja Católica, § 2351) e a prática de atos como masturbação, fornicação, pornografia, prostituição, estupro, incesto, contracepção, homossexualismo, orgias, e qualquer outra atitude que denigra a dignidade do ato sexual ou seja puramente realizada em busca de um prazer venéreo torna-se pecado grave.
Em suma: o sexo é um bem, criado por Deus para o bem e sobrevivência do homem. Porém, sua busca desordenada pode levar o homem a perder-se.

2ª) Sexo só serve para a procriação

Deus criou o prazer sexual como característica do ato conjugal. Por isso, não há erro em gozá-lo. “Os atos pelos quais os esposos se unem íntima e castamente são honestos e dignos; realizados de modo autenticamente humano, exprimem e alimentam a mútua entrega pela qual se enriquecem um ao outro com alegria e gratidão. A sexualidade é fonte de alegria e de prazer.” (Catecismo da Igreja Católica, § 2362).
O ato sexual possui duas finalidades inseparáveis: a procriação e a união dos esposos. A comunhão dos corpos e o prazer sexual fortalecem a relação dos cônjuges, que renovam a sua aliança matrimonial através da doação total de si. “Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos próprios esposos e a transmissão da vida. Não podem separar-se estes dois significados ou valores do matrimônio sem alterar a vida espiritual do casal nem comprometer os bens do matrimónio e o futuro da família.” (Catecismo da Igreja Católica, § 2363).

3ª) Após o casamento, vale tudo

“Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” (I Cor 6, 12)
Uma triste e grande ilusão que muitos cristãos possuem é que após o casamento poderão “libertar” todos os seus desejos, dos mais comuns aos mais exóticos, reproduzindo o que muitas vezes se dá em prostíbulos ou se vê em material pornográfico.
“Foi o próprio Criador Quem [...] estabeleceu que, nesta função [da geração], os esposos experimentassem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal ao procurar este prazer e gozar dele. Aceitam o que o Criador lhes destinou. No entanto, devem saber manter-se dentro dos limites duma justa moderação.” (Papa Pio XII, 29 de outubro de 1951).
Atos como sexo oral e sexo anal, assim como certas carícias e posições sexuais ofendem gravemente a dignidade do ato conjugal e podem levar os esposos a uma total desordem na sua capacidade de amar e se doar.
O ato sexual é sagrado, é um dom de Deus aos esposos, sinal do amor indissolúvel entre Cristo e a Igreja, e somente a partir deste princípio pode-se viver uma sexualidade ordenada e justamente moderada. Esta moderação implica o domínio de si, a fidelidade e o respeito à dignidade da pessoa. “Como o ato sexual foi querido por Deus, devemos entender que Ele está junto do casal nesta hora de ‘liturgia conjugal’. Por isso o casal deve pedir a Deus a graça da harmonia sexual, a fim de realizar em plenitude o que Ele quis para eles. [...] A presença do Senhor deve dar ao casal nesta hora a confiança contra os temores e medos, paz contra os conflitos interiores, força contra a frigidez, serenidade contra a impotência, delicadeza, compreensão, autodomínio, carinhos adequados, maturidade para se afastarem do sexo obsessivo e indigno.” (Vida Sexual no Casamento, Prof. Felipe Aquino).
“Vós todos considerai o matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros.” (Hebreus 13,4)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Exemplos práticos de como transformar sua família numa Igreja Doméstica

Por André Krupp e Tássila Maia

A Igreja não é simplesmente um conjunto de templos ou um conjunto de normas. A Igreja é um grupo de pessoas que, unidas pelo Batismo, tornam-se o Corpo Místico de Cristo. Ou seja, todos os batizados são chamados a “ser Igreja” porque, de fato, o são. Em algumas vocações, como a religiosa ou a sacerdotal, fica mais claro este “ser Igreja” no dia a dia. Mas para os leigos, casados, que constituem uma família, essa realidade pode parecer um pouco distante. Como se pode “ser Igreja” dentro da própria casa? Na prática, como fazer da própria família uma Igreja Doméstica?
Este texto tem a intenção de ilustrar alguns pontos práticos a serem trabalhados para facilitar o cumprimento deste objetivo.

Vida de Oração

Quando falamos em “ser Igreja”, primeiramente falamos de vida de oração. Seja na vida pessoal, na vida paroquial ou dentro da família. Se não conseguirmos introduzir momentos de oração com toda a família reunida na rotina do lar nunca iremos conseguir transformá-lo numa Igreja Doméstica.
O “conteúdo” da oração pode ser a própria vida familiar: suas dores, preocupações e alegrias. A recitação do terço de Nossa Senhora, a leitura orante da Palavra ou a realização de uma novena podem ser boas formas de ganhar intimidade espiritual. O mais importante é manter a família sempre unida em oração.
Para ajudar nesta tarefa “é muito aconselhável que as famílias, por mais simples que seja sua casa, reservem um espaço (mesmo na parede apenas), um singelo ambiente, adequado para oração em família. Pode até ser um dos quartos, a sala, ou mesmo a cozinha. Um ‘cantinho de oração’, com símbolos religiosos, a Bíblia, o Crucifixo, o Rosário. Aí os filhos aprenderão a respeitar e a se relacionar com o sagrado, a rezar e a estar com Deus. As crianças deveriam ‘sugar com o leite materno’ o amor de Deus, o louvar, agradecer, suplicar e glorificar a Deus.” (Documento 79, CNBB). Facilmente observamos o esforço de muitas famílias por construir verdadeiros “santuários” para a televisão, empenhando dinheiro e espaço para que aquele ambiente se torne o mais agradável possível. Ora, será que não seria justo separar um canto para a TV menos espaçoso e custoso para se investir em um outro canto mais importante: o da oração? Será que não seria justo, para com Deus e para com a nossa família, preparar um ambiente agradável e confortável para a oração? Tudo é questão de prioridade...
Ajuda preciosa na vida de oração é também o silêncio, não somente durante a oração, mas também ao longo do dia. É preciso abandonar a “síndrome da TV ligada”, o vício de sempre ter “um barulhinho de fundo”. Desligar (ou não ligar tanto) a TV, o rádio e o computador não faz mal a ninguém! Pelo contrário, propiciar momentos de silêncio acalma o coração e a mente, preparando-os para a oração. Além disso, ver menos TV também nos poupa tempo para que possamos fazer coisas mais úteis, permite um maior diálogo entre as pessoas e polui menos a nossa imaginação com cenas inconvenientes.
É muito importante também manter a disciplina na vida de oração, não burlando ou adiando os horários combinados. Neste ponto, a maior responsabilidade se coloca sobre os pais, pois é deles a incumbência de dar o exemplo. O Papa João Paulo II relatou, certa vez: “Meu pai foi uma pessoa admirável e quase todas as minhas recordações de infância e adolescência referem-se a ele. O simples fato de o ver ajoelhar-se teve uma influência decisiva nos meus anos de juventude. Era tão severo consigo próprio, que não necessitava de o ser com o seu filho: bastava o seu exemplo para ensinar a disciplina e o sentido do dever”.
Orar e levar os filhos à oração é a primeira atitude na construção de uma Igreja Doméstica.

“Sentire cum Ecclesia”

A Igreja tem o seu ritmo próprio. Ao longo de todo o ano litúrgico, meditamos os momentos mais importantes da vida de Jesus. Do seu nascimento à morte, as alegrias e as dores, a Transfiguração, o ensinamento dado aos apóstolos, sua Paixão, Ressurreição, Ascensão, a vinda do Espírito sobre a Igreja e tantos outros acontecimentos. Tudo isso para reviver, junto com Cristo, todos estes momentos.
A vivência dos diferentes tempos litúrgicos não deve restringir-se somente para as celebrações na igreja, mas deve estender-se para os lares cristãos. É preciso “sentir com a Igreja”. Por exemplo:

- Celebrar em casa, com boas refeições e muita alegria, as festas dos grandes santos e as solenidades de Nosso Senhor e da Virgem Maria. Fazer “virar tradição” as comemorações familiares das grandes festas da Igreja, promovendo, por exemplo, o “churrasco de São José” ou “a festa mexicana de Nossa Senhora de Guadalupe”... Enfim, o que a imaginação e a devoção particular de cada família mandar!

- Celebrar de forma especial, ainda que simples, os onomásticos (santos xarás) dos pais e filhos.

- Viver o advento e a quaresma com piedade e devoção, respeitando as normas estabelecidas pela Igreja (jejum, recolhimento, obras de caridade, penitência), preparando-se, mais profundamente, para as grandes festas da Natalidade e Ressurreição do Senhor.

- Vivenciar a Semana Santa como um “grande retiro” em família. Este tempo precioso da Igreja não pode, de forma alguma, ser encarado como um “feriadão”, uma oportunidade de descanso e lazer. Ao contrário, deve ser vivido intensamente, mergulhando no mistério pascal de Cristo. Faz bem não só participar das ações litúrgicas, como também respeitar a espiritualidade do dia dentro de casa. Por exemplo: na Sexta-Feira da Paixão celebramos a morte de Nosso Senhor e a Igreja é como que imersa num clima de extremo silêncio e recolhimento. Assim, pede às famílias que realizem o jejum e a abstinência de carne, como forma de penitência. Porém, boa parte das famílias católicas preparam um verdadeiro “banquete” neste dia à base de bacalhau e outros peixes. Será que essa seria uma atitude realmente conveniente? No dia em que se celebra a morte de nosso Deus, convém “fazer festa”? Não. “Sentir com a Igreja” implica trazer para dentro do lar uma atmosfera semelhante a que é vivenciada nas celebrações. Dessa forma, devemos guardar o jejum e a penitência na Sexta-Feira Santa para, com a Igreja, explodir de alegria na Ressurreição. No sábado à noite, após a Vigília Pascal, convém preparar uma grande festa, assim como no Domingo de Páscoa: convidar os parentes, comemorar o dia todo... alegrar-se como Igreja Doméstica!

- Imprimir um ritmo semanal de acordo com a espiritualidade própria do dia, a começar pelo Domingo, dia do Senhor. O domingo deve sempre ser um dia de grande alegria, de boas refeições, passeios e convivência familiar, além, é claro, da participação da Santa Missa com fé e entusiasmo. Na segunda-feira pode-se reservar um tempo para a oração pelos fiéis defuntos. Na quarta-feira, pode-se rezar com devoção a São José. Às sextas-feiras, é muito aconselhável meditar a Paixão do Senhor e observar a abstinência de carne. O sábado pode ser dedicado à devoção à Virgem Santíssima... Criar uma rotina semanal facilita a vivência da espiritualidade e gera muitos frutos na vida familiar.
                                                         
Conhecer a fé

A transmissão da fé é um dever dos pais: “a fecundidade do amor conjugal não se reduz apenas à procriação dos filhos. Deve também estender-se à sua educação moral e à sua formação espiritual. O papel dos pais na educação é de tal importância que é impossível substituí-los. O direito e o dever da educação são primordiais e inalienáveis para os pais” (Catecismo da Igreja Católica, § 2221). Para transmitir a fé, no entanto, é necessário, primeiramente, conhecê-la. A busca pela formação constante, através da leitura do Catecismo e de outros documentos da Igreja, se apresenta como tarefa indispensável para o cumprimento do dever de educar. Reservar um tempo durante a semana para o estudo poderá se transformar numa grande oportunidade de crescimento para os pais e uma catequese para os filhos.

Por fim, ser Igreja Doméstica significa também ser missionário e transmitir, a partir da própria vivência, o amor de Deus a todas as outras famílias: “Cada família comunicará generosamente com as outras as próprias riquezas espirituais. Por isso, a família cristã, nascida de um matrimônio que é imagem e participação da aliança de amor entre Cristo e a Igreja, manifestará a todos a presença viva do Salvador no mundo e a autêntica natureza da Igreja, quer por meio do amor dos esposos, quer pela sua generosa fecundidade, unidade e fidelidade, quer pela amável cooperação de todos os seus membros” (Gaudium et Spes, 48).

*Algumas famílias compartilham na rede sua experiência enquanto Igreja Doméstica. Vale a pena conhecer!

Deus abençoe as nossas famílias!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A luta para livrar-se dos pecados da sexualidade

Por Tássila Maia

Pessoas de diversas idades afirmam que deixar os pecados contra a virtude da pureza parece ser uma tarefa quase impossível. Isso se deve às constantes recaídas nos pecados, que geralmente se dão pouco tempo após a confissão. Pessoas nesta situação sentem uma espécie de “fracasso espiritual”, como se não tivessem uma suficiente resolução de emendar-se.
Mas quais são os motivos que tornam a libertação destes pecados (pensamentos impuros, pornografia, masturbação, fornicação, etc) uma tarefa tão trabalhosa?
O primeiro ponto a ser refletido é o contexto atual de sociedade em que vivemos. Estamos imersos num mundo “supersexualizado” que encara o sexo como uma diversão e proporciona doses cada vez mais elevadas de estímulos através dos meios de comunicação. Não raro, ao ligarmos a TV no horário da tarde, nos deparamos com mulheres seminuas dançando de maneira sensual. Quem não se lembra do quadro “Banheira do Gugu”? Pela manhã as crianças já se viam expostas a cenas de dois adultos em trajes de banho (os biquínis eram minúsculos!) atracando-se numa banheira em nome de uma simples “brincadeira”. Tudo isso contribui para a perversão das mentes de adultos e crianças que constantemente se veem expostos a nudez ou cenas eróticas sem nem ao menos terem solicitado.
Sendo assim, quando uma pessoa adquire o hábito de cometer um pecado na área da sexualidade (devido ao excesso de estímulo), facilmente se vê conduzida a uma espécie de vício. Estudos realizados nos EUA chegaram à conclusão de que a constante exposição à pornografia, por exemplo, possui uma ação sobre o cérebro muito semelhante à ação de drogas como o crack. Ao receber determinada dose de estímulo, o cérebro cria uma necessidade cada vez maior destes mesmos estímulos. Daí a explicação para o fato de algumas pessoas passarem horas na frente do computador buscando pornografia. O vício enfraquece a vontade e a liberdade, colocando o indivíduo numa prisão. Assim, pecados da sexualidade já confessados, muitas vezes retornam rapidamente não devido a um falso arrependimento, mas sim por conta da força de um vício já instalado.
Diante deste quadro dramático, os cristãos que se propõem a viver a pureza enfrentarão uma grande batalha interior. No entanto, a vitória sobre tais pecados, longe de ser uma missão impossível, está ao alcance de todos os batizados a partir da redenção operada por Cristo.
O primeiro passo em direção à libertação é tomar uma firme decisão. A partir desta resolução interior por buscar a pureza, a graça de Deus poderá agir com mais eficácia. Nenhum pecado é vencido “ao acaso”. Nenhum santo tornou-se santo “ao acaso”. Basta ler as biografias para constatar que todos, em algum momento da vida, optaram radicalmente por Cristo, tomando uma firme e irreversível decisão de buscar a santidade, com paciência e “violência”! Quando São Francisco jogou-se numa roseira para dispersar as tentações contra a pureza, estava a fazer esta santa violência a si mesmo na luta contra o pecado.
A partir desta firme decisão, não podemos esperar que a virtude da castidade simplesmente “caia do céu”. Enquanto não houver constância na oração, não atingiremos esta meta. Santo Afonso de Ligório nos ensina em seu livro “A Oração” que Deus, ao afirmar por Jesus Cristo: “Em verdade, em verdade vos digo: o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará” (Jo 16,23) estabeleceu a si mesmo a “regra” de não poder negar nenhuma graça espiritual que lhe fosse pedida. No entanto, a oração deve ser humilde, confiante e perseverante. É necessário crer que Deus é soberano, pode e quer livrar seus filhos de todos os vícios. Afirma ainda Santo Afonso: “A castidade é uma virtude que não podemos praticar, se Deus no-la não concede. Deus, porém, só a concede aos que a pedem”.
Outro ponto a ser refletido é que a causa das recaídas em pecados sexuais pode ter a ver não somente com vícios ou estímulos externos, mas também por conta de um “foco excessivo” nesta área, que impede a vigilância necessária em relação a outros pecados. É muito comum escutar confessores reclamarem que as pessoas “só confessam pecados sexuais”. Mas, será mesmo que só cometem pecados nesta área ou estão deixando de vigiar sobre sua conduta geral? É preciso buscar a perfeição combatendo também os pecados do orgulho, a gula, a avareza, a desconfiança de Deus, a falta de amor ao próximo, a vaidade, o apego ao dinheiro, o egoísmo... que muitas vezes se apresentam na alma de maneira muito mais grave que os pecados sexuais. Alcançar uma sexualidade ordenada supõe esforçar-se por ordenar toda a vida, todo o nosso proceder. Assim, de luz em luz, de vitória em vitória, a graça de Deus se tornará cada vez mais abundante, operando com mais força.
Por fim, além da oração e da vigilância, outras atitudes práticas podem ajudar muito. Buscar o equilíbrio em todas as ações, mesmo nas mais cotidianas, “treina” nossa vontade, ajudando assim no combate espiritual: praticar um esporte, jejuar, fugir das ocasiões de pecado, estabelecer uma disciplina de horários diária, partilhar as dificuldades com um diretor espiritual ou amigo de confiança, diminuir o tempo gasto na frente da TV e do computador, ler a Palavra de Deus, empenhar-se em trabalhos sociais... são apenas alguns exemplos de atitudes saudáveis e benéficas neste sentido.
“A castidade é uma conquista difícil, de longo prazo; deve-se esperar pacientemente para que dê seu fruto, pela ternura amorosa que deve trazer. Mas, ao mesmo tempo, a castidade é o caminho certo para a felicidade”. (São João Paulo II)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

10 conselhos aos noivos

Por André Krupp e Tássila Maia

Após um período de conhecimento e aprofundamento da amizade, o casal assume um compromisso de maior responsabilidade que o namoro: o noivado.
Muito além de uma simples mudança de status no Facebook e uma aliança dourada no dedo, este tempo traz consigo grandes preocupações e implica atitudes concretas na preparação imediata para o casamento.
Para auxiliar nesta preparação, listamos 10 conselhos aos noivos:

1-  Tenham claro o sentido do matrimônio
Para que o tempo do noivado seja bem aproveitado e os seus frutos perdurem para o resto da vida, é importante sempre ter bem claro o sentido do matrimônio, ou seja, suas finalidades e o projeto de Deus para as famílias. As decisões deverão sempre ser pautadas neste sentido essencial do casamento, visando alcançar os objetivos propostos por Deus desde a Criação. É fundamental ter sempre em mente que o matrimônio é uma vocação, um chamado especial de Deus à santidade. Por meio deste sacramento, o cotidiano da vida torna-se sagrado e ações, aparentemente comuns, meios de santificação. Pelo matrimônio, Deus passa a habitar a relação desta nova família. O casamento é, portanto, não somente um contrato social entre duas pessoas, mas a estrada que escolheram para percorrerem o seu caminho para a salvação. Tendo clara esta consciência, facilmente o casal poderá, com o auxílio do Espírito Santo, viver bem o seu noivado e o seu casamento.

2-  Não invertam as prioridades
O dia do casamento é apenas o começo de toda uma vida que será construída. É preciso celebrar esta data, mas a preparação deste evento não pode tornar-se mais importante que a preparação da própria vida de casados. Não é saudável permitir que o dinheiro e o tempo investidos para a realização do evento atrapalhem o começo da vida conjugal. Construir um ambiente digno para iniciar a vida a dois e fazer uma boa preparação espiritual e psicológica para o casamento são as prioridades de um noivado. Todo cuidado é pouco para não desperdiçar o tempo do noivado somente com preocupações supérfluas.

3-  Planejem o futuro
O diálogo aberto e sincero é a melhor forma de planejar o futuro a dois. O noivado é o tempo de começar a confrontar conceitos, opiniões, costumes e práticas do dia a dia, chegando, pelo amor, a um consenso que torne agradável (ou pelo menos possível) o convívio na vida conjugal. Como lidar com o dinheiro? Os gastos serão divididos? Terão uma poupança? Quantos quartos precisarão em casa? Existem motivos para adiar os filhos no início do matrimônio? Escola pública ou particular? Plano de saúde? É necessário uma TV no quarto? Qual o melhor lugar para o oratório? Como é possível dividir as tarefas do lar? Pensar e conversar sobre questões práticas da vida previne conflitos e desconfortos após o casamento.

 4-  Tenham conhecimento de causa
A prática da Igreja recomenda que os noivos façam um curso de preparação para o casamento, conhecido como “curso de noivos”. É importante que o casal forme os seus conceitos a respeito da sexualidade, geração de filhos, vida conjugal, etc, iluminado pela luz da fé. A doutrina da Igreja acerca desses assuntos é riquíssima e, por certo, incapaz de ser transmitida apenas em um curso. Portanto, é altamente recomendável que os noivos busquem, através de livros e documentos, esta formação. (Clique neste link para conhecer alguns documentos da Igreja sobre o tema).

5-    Aprendam os métodos naturais
Como católicos, não podemos lançar mão de métodos artificiais contraceptivos, por serem muitas vezes abortivos e moralmente desonestos. Por isso, em muitas dioceses existem cursos sobre os métodos naturais de regulação da natalidade ministrados por profissionais católicos da área de saúde. A Igreja convida os casais, desde o noivado, a aprenderem esses métodos, que se baseiam na observação do ciclo de fertilidade da mulher. O conhecimento dos métodos naturais é importante para colocar em prática a justa generosidade da paternidade responsável, pois sua utilização possibilita o conhecimento do período fértil, o que auxilia os casais que desejam ter filhos como também, os que precisam, por uma justa razão, espaçar os nascimentos.

6-    Cresçam no Espírito
A oração é importantíssima na vida de qualquer cristão. Uma família só construirá sua casa sobre a Rocha orando junto. O noivado é o tempo propício para inserir ou aperfeiçoar a oração na rotina do casal, construindo a base espiritual do matrimônio. Assim como é preciso trabalhar e economizar dinheiro para a cerimônia e a compra da casa e dos móveis, é fundamental dedicar parte do tempo à oração pela futura família. A oração é um dos aspectos do relacionamento que somente a prática trará intimidade e crescimento. Sem vida de oração, dificilmente uma família conseguirá guardar a fé e a integridade.

7-  Tudo lhes é permitido, mas nem tudo lhes convém
Atividades pré-matrimoniais, como: chá de panela, chá de garagem, chá de lingerie, despedida de solteiro, etc, são propostas de diversão muito populares no Brasil. No entanto, é preciso ter discernimento na hora de escolher quais atividades realizar, assim como a forma com que serão realizadas. É necessário aos noivos ponderar as suas motivações e os frutos de cada atividade. A dignidade e o testemunho de fé devem prevalecer sobre qualquer “cultura”. Portanto, se for necessário abrir mão de certas atividades para não ofender a Deus, que se faça. Se não, ao menos, buscar meios de tornar determinada atividade moralmente honesta e saudável.

8-  Saibam que ainda dá tempo
Noivado não é casamento. E, por mais que já tenham tomado a decisão de se casarem, ainda é um período de discernimento. Se por quaisquer motivos um dos dois ou ambos perceberem que o casamento não deve acontecer, não se casem. Tomar a decisão de adiar ou cancelar o casamento pode ser difícil, mas é muito melhor que, depois de casados, constatarem que cometeram um grande erro. Terminar um noivado é doloroso, custoso financeiramente e até constrangedor, mas nada comparado aos traumas e feridas que um divórcio provoca na vida familiar.

9-  Comecem a “deixar pai e mãe”
A dependência e o apego excessivo aos pais pode prejudicar muito a construção de uma nova vida. É preciso estabelecer limites de influência dos pais na vida do casal. Conselhos, opiniões e até mesmo sonhos dos pais podem ser levados em conta, mas é preciso ter bem claro que as decisões a serem tomadas a respeito da vida matrimonial influenciarão diretamente no modus operandi da nova família e, por isso, são de responsabilidade do casal e devem basear-se na sua perspectiva própria, e não na dos pais.

10-  Renovem as amizades
É bom aproximar-se de casais cristãos que já tenham a experiência do matrimônio. Esses casais, em simples conversas cotidianas, ainda que não estejam na intenção de lhes ensinar ou formar, poderão contribuir muito na reflexão de como construirão, na prática, sua vida a dois. O verdadeiro testemunho de uma família cristã é um grandioso auxílio na formação de novas famílias, uma fonte de fortaleza e esperança.


Desejamos aos noivos que este tempo seja muito frutuoso e traga muitas alegrias!